Diogo recebeu um telefonema da Catarina.
– Estou sim. Quem fala?
– Sou a Catarina. Diogo, como estás?
– Oh! Catarina, que saudades. Estou bem e tu? Estás a gostar de Lisboa?
– Um pouco, mas sinto muito a tua falta. Aqui é tudo diferente, há muito frio, não se encontra ninguém na rua.
– Já fizeste alguns amigos?
– Sim alguns, mas nenhum é tão especial como tu. Diogo, eu só liguei para te dar um abraço, tenho que desligar porque vou à aula de ginástica.
– Está bem, mas prometes ligar outro dia?
-Sim, claro. Fica bem.
– Fico à espera.
Mas Catarina não voltou a ligar e perderam o contacto um com o outro.
Catarina estudava num colégio em Lisboa, perto da casa onde morava com os pais. Passava a maior parte do tempo no colégio, onde fez muitos amigos. Entre eles, um muito especial, o Guilherme, que foi o primeiro a ajudá-la a integrar-se na turma. Muito compreensível, acolhedor e simpático, saía a passear com a Catarina, todas as tardes, pela cidade, e mostrava-lhe os lugares mais belos e mais frequentado pelos jovens. Estava apaixonado por ela.
Meses depois, Catarina tornou-se numa rapariga de corpo esbelto, mas muito ciumenta e vaidosa, sempre preocupada com a sua aparência. Ela achava o Guilherme muito bonito, com os seus olhos azuis e cabelos loiros e cada dia que passava gostava dele.
Sempre que se preparava para telefonar ao Diogo, acontecia algum imprevisto. Diogo sentia-se triste com a falta de notícias e todas as tardes ia à Prainha, tentando aliviar a angústia que sentia. Numa tarde, ele viu uma rapariga que gritava a pedir socorro porque estava a afogar-se. Prestativo, como sempre, correu e conseguiu salvar a menina.
– Estás bem?
– Obrigada. Sinto-me um pouco tonta.
– A propósito, como te chamas?
– Luiza. E tu?
– Diogo. Vens sempre aqui?
– Sim. Todas as tardes.
Diogo e Luiza trocaram contactos e, com o passar do tempo, tornaram-se muito amigos. Todos os dias Diogo esperava ansiosamente o final da tarde, porque sabia que iria encontrar a Luiza. Desse modo, ele começou a esquecer a Catarina. Um dia na praia, numa conversa entre os dois, Diogo declarou-se.
– Sinto-me muito bem quando estou contigo, Luiza.
Luiza, timidamente respondeu:
– Eu também gosto muito da tua companhia.
Diogo pegou na mão dela, olhou-a nos olhos com muita emoção e perguntou:
– Queres namorar comigo?
Nem ela tinha respondido e os dois já se beijavam apaixonadamente.
Tornaram-se namorados. Diogo, muito feliz, quase que nem se lembrava da Catarina. Ele tornou-se num rapaz responsável, carinhoso, mas muito inseguro, com medo de que se repetisse a mesma história que se tinha passado entre ele e a Catarina.
Autores: Adelça Furtado, Agostinho Rodrigues, Evelise Santos, Iva da Lomba e Natalina Correia
Praia, 13 de Junho de 2012.