Eu vou partilhar um texto de Monteiro Lobato intitulado “A Assembleia dos Ratos”. Conta a história de um gato de nome Faro-Fino que um certo dia deu de fazer estrago na rataria de uma velha casa e deixou os sobreviventes sem ânimo de sair das tocas. O caso começou a ficar muito sério e os ratos como estavam quase a morrerem de fome, resolveram então fazer uma assembleia para o estudo do caso. Durante a reunião um disse que o meio de defenderem do Faro-Fino era de lhe atar um guizo no pescoço, então palmas e bravos saudaram a luminosa ideia e o projecto foi aprovado. Houve um rato casmurro que votou contra dizendo que estava tudo muito direito, mas quem iria amarrar o guizo no pescoço do Faro-Fino. Então houve um silêncio geral, um desculpou-se dizendo que não sabia dar nó, outro porque não era tolo, e todos porque não tinham coragem. E assim a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
Impressão: A impressão que tirei é que nem sempre quando dizemos uma coisa temos a coragem de fazê-las. Por isso não devemos tomar a frente de nada de sabemos que não somos capazes de fazer. É como Monteiro Lobato citou no final do texto “Dizer é fácil, fazer é que são elas!”.